sábado, 7 de novembro de 2009

Entre o Útero e a Sepultura



Saí da escuridão do útero



Vou para a escuridão da sepultura,



Entre os dois abismos negros,



Num estreito feixe de luz, eu vivo.





Não sem sentido,



Não como se soubesse o real sentido,



Apenas vivo.





Sigo em plena gestação de alguns poucos anos,



Sendo formado a cada dia no útero da vida,



Lentamente, constantemente, integralmente...





Por vezes me sinto incomodado



E chuto o ventre que me acomoda,



Nestes momentos sinto a mão suave



A acariciar-me e a falar com carinho:



- Calma, filho! Falta pouco para você nascer!





Talvez a palavra “Parto”



Seja irmã da palavra “Partir”.

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