
Saí da escuridão do útero
Vou para a escuridão da sepultura,
Entre os dois abismos negros,
Num estreito feixe de luz, eu vivo.
Não sem sentido,
Não como se soubesse o real sentido,
Apenas vivo.
Sigo em plena gestação de alguns poucos anos,
Sendo formado a cada dia no útero da vida,
Lentamente, constantemente, integralmente...
Por vezes me sinto incomodado
E chuto o ventre que me acomoda,
Nestes momentos sinto a mão suave
A acariciar-me e a falar com carinho:
- Calma, filho! Falta pouco para você nascer!
Talvez a palavra “Parto”
Seja irmã da palavra “Partir”.