quarta-feira, 22 de abril de 2009

Na margem da página

Na margem da página, como na margem de um rio,
Tenta em vão o poeta pescar palavras,
Enquanto estas insistem em nadar pra outra margem
É dura a vida de pescador!

Na outra margem, sem pressa,
Outro poeta, não pesca, apenas contempla
O incrível nado sincronizado
De centenas de palavras.

Não quer capturá-las, as palavras devem ser livres,
( Apenas contempla extasiado )
E as imagens seguem nadando da sua cabeça
Para a margem do papel.

De Clauber Ramos

Um comentário:

Nazareth Queiroz disse...

"Para a margem do papel" o poeta sossega, transpõe rio a derrama-se de palavras e chega a foz da inspiração dos sentimentos humanos... Abraço. Nazareth