Queridos todos, pássaros inventaram de ocupar cantos da minha casa. Sim, como presépios vivos fazem ninho aqui e lá. Como não lembrar de vocês que também ocupam meus humanos espaços, minha cabeça, meus afetos? Se o que recebo do grupo virasse canto de pássaro, precisariamos de protetor de ouvidos, tanto é seu som e seu sentido. Para todos, meu carinho especial e o poema recém amanhecido, sem tempo de passar a limpo, como a vida exige:
Meu Deus, já é dia 23
e o presépio de Natal
ainda não foi montado!
Como não?
Encima do lustre velho
um sabiá chamado José
e uma sabiazinha Maria
bicam palha daqui e de lá
moldando com o corpo
um aconchego de ninho.
No meio de tantas penas
e de tantas despedidas
- quem não tem? -
esses pássaros de sempre,
ensaiam abraços de asas,
carregando uma estrela.
Uma coroa de advento
completa numa porta
seu ciclo de ciprestes.
E a eterna palavra fim
anoitecida de sonhos
madruga um recomeço..
Meu Deus, já é dia 24
e o presépio de Natal
ainda não foi montado!
Como não?
O lustre velho balança
um berço inusitado no ar.
As janelas descortinam
e se abrem de sim em sim....
Mas qual o motivo
de tanto silêncio?
É que nasce no presépio
de um sabiá chamado José
e de uma sabiazinha Maria
a própria palavra Nascimento.
Gloria Kirinus e família / Natal 2008
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
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